segunda-feira, 5 de novembro de 2012


Dicas - Exposições Rio de Janeiro

Antonio Bokel e a Transfiguração do Rastro

Antonio Bokel e a Transfiguração do Rastro
Antonio Bokel - Mulata Blobeleza | by divulgação
Por Mônica Villela / META Companhia de Imprensa
Bokel vem se destacando no cenário das artes visuais carioca, reconhecido por absorver e reproduzir a estética e a linguagem das ruas. Ao lado de nomes como Joana César e Alê Souto, utiliza o espaço e caos urbano como suporte para intervenções e matéria prima para suas obras. Pinturas e esculturas entrecruzam a influência de tradições como o expressionismo abstrato norte americano e o grafite, com uma leitura lúcida do cotidiano do Rio. A agressividade estética dos estímulos da cidade, com todas as suas cores, ruídos e propagandas, são revertidos em leituras e intervenções que decantam a artificialidade de um mundo de escolhas e identidades pré-produzidas e fragmentárias.

Em Transfiguração do Rastro, Antonio explora as ambiguidades e contradições de sua trajetória errante, chamada (adequadamente) de rastro. Dividida em duas fases – e duas salas – a exposição explora ainda a ruptura entre dois momentos da obra do artista. Revisitando seus primeiros trabalhos - mais interessados em reagir à violência figurativa das ruas - encontramos um lado mais escuro, comprometido com intervenções urbanas, como grafite e colagens, e quadros repletos de cores e criaturas que reproduzem as deformações do real. Esse conjunto será exposto em um ambiente escurecido, destacando a negatividade como matriz criativa.

No segundo ambiente, uma sala branca, o foco será na produção recente, mais madura, minimalista e objetiva. O mesmo traço, o mesmo impulso criativo canalizado a partir do caos urbano, mas limpo do excesso de cores e sensações, traduzindo uma mudança na incorporação dos estímulos.

Em ambas as salas, encontramos o mesmo artista – não dividido por estilos que se sucedem, mas refletindo e estilizando o próprio fazer artístico; afirmando e, ao mesmo tempo, subvertendo a produção de sentido supostamente regular do seu tempo.

Em novembro, o artista e os curadores receberão o professor de história Paulo Knaus para uma mesa-­redonda com a também curadora Vanda Klabin. Na ocasião, será discutida não só a obra de Antonio Bokel, mas inclusive a conjuntura da produção contemporânea relacionada à estética urbana no Brasil.

Os Curadores:

Bruno Garcia é graduado em História, com mestrado em Sociologia pela Universidade Masarykova de Brno, República Tcheca. É pesquisador da Revista de História da Biblioteca Nacional e autor de diversos artigos sobre literatura, arte e movimentos sociais. Há mais de três anos, acompanha Bokel, escrevendo apresentações para exposições como Cruzes e Credos (2010), na Galeria Jaime Portas Villaseca.

Rodrigo Elias é graduado, mestre e doutorando em História pela Universidade Federal Fluminense. Professor de ensino superior e coordenador de pesquisa da Revista de História da Biblioteca Nacional, é autor de textos em diversas línguas sobre história cultural, especialmente gastronomia, cinema, teatro, arquitetura, filosofia e arte. Em 2012, participou da pesquisa para exposição permanente do Paço Imperial.

INFORMAÇÕES
Datas: De 28 de setembro a 02 de dezembro de 2012 | Horários: Ter a sex, das 11h às 18h / sáb, dom e feriados, das 11h às 17h 

LOCAL - Centro Municipal de Arte Helio Oiticica/ Espaço Experimental 
Rua Luís de Camões, 68 - Centro Tels: (21) 2232-4213 / 2232-2213

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